sexta-feira, 21 de junho de 2013

O Brasil é o país do futuro.


Acreditam em profecia? As vezes eu acredito. Renato, em algum momento que estava comentando no meio da música mostrou o que iria acontecer ao pessoal de Porto Alegra nos dias de hoje. Sim, o Brasil é o país do futuro e o futuro é agora
.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

UMAS PALAVRAS Informa: CHEEEEEEGAAAAA!!!!!

No mais tardar, a hora é essa e não tem mais volta. Sei aqui ponho minhas aspirações, mas não posso me dar ao luxo de deixar passar esse momento que será tão lembrado quanto qualquer trabalho aqui postado. Seja na internet, nos jornais, na televisão, nas esquinas, nos bares, nos corredores, nas salas, nas ruas, nas calçadas, seja em diabos for, o sentimento é unânime: já deu o que tinha para dar, é hora de arregaçar as mangas e mudar. 

Em cada cantinho desse paí continental, uma mudança está acontecendo. Talvez, ao contrário do que muitos historiadores afirmem, essa é grande revolução que deveria ter ocorrido no Brasil. O mundo nos apoia e nos  olha. O povo se lembrou que possui o mais importante de todos os poderes: o de escolha. E desta vez a escolha não poderia ser mais certa: decidimos mudar. Nada, absolutamente NADA, passa batido pelos olhos, ouvidos, bocas e corações brasileiros. Não é querer ser baderneiro, é apenas o cansaço de carregar anos de problemas nas costas que já passou dos limites.

#OGICANTEACORDOU
Cada qual indo a rua para a maior arquibancada para gritar pelo o que lhe é de direito, em paz e em ordem, tiro esse breve momento para falar do nosso direito. O direito de viver. Nós educadores queremos o direito de viver como todo ser humano. Eu quero ter o direito de viver e não de SO-BRE-VI-VER! Acompanhe o meu raciocínio, caro leitor, e comente se puder. Nós, professores, educadores, ensinadores, e o que tiver pelo meio, seres tão humanos quanto qual quer um, merecemos a vida que é nossa por direito.

ATÉ ELES SABEM QUE NÃO É
POR VINTE CENTAVOS!
1)PASSAMOS 4, 7, 10, 15 ANOS DE NOSSAS VIDAS NOS PREPARANDO PARA DAR O NOSSO MELHOR PARA AQUELES QUE PRECISAM DE NÓS! Quantos anos vocês, políticos juazeirenses, passam se preparando? E vocês dão o melhor de si?

2)NÓS CONSTRUÍMOS O CARÁTER DE SEUS FILHOS, NÃO SÓ ENSINAMOS PORTUGUÊS, MATEMÁTICA, BIOLOGIA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA, ENSINAMOS SUAS CRIANÇAS A SEREM PESSOAS DE MORAL, FORMADORAS DE OPINIÃO, FONTE DO ESPÍRITO BRASILEIRO, BANHADAS NA LÓGICA E NA SABEDORIA! E vocês? O que fazem por elas?

SÓ ESTÁVAMOS NO NOSSO
LUGAR DE DIREITO
3)MUITOS DOS GRANDES GÊNIOS, DOS GRANDES ESCRITORES, DOS GRANDES MESTRES, DOS GRANDES ARTISTAS, DOS GRANDES LÍDERES, DOS GRANDES DOS GRANDES TIVERAM GRANDES PROFESSORES! PORQUE NÓS SIM ABRIMOS OS CAMINHOS, AS PORTAS, AS JANELAS! E vocês? O que vocês geraram?

4)JUAZEIRO DO NORTE, QUERENDO OU NÃO, É CIDADE-REFERÊNCIA DO CARIRI, COMO FORTALEZA REFERENCIA O CEARÁ E SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO REFERENCIAM O PAÍS. TUDO O QUE ACONTECE NO JUAZEIRO, É REPERCUTIDO E, QUEM SABE, REPETIDO NAS OUTRAS CIDADES. POR TANTO, SE A EDUCAÇÃO É TRATADA DESSA FORMA, SERÁ TRATADA DE IGUAL MANEIRA EM OUTROS LUGARES! Mas que diabos de exemplo é esse?

5)DENTRO DE CADA UM DE NÓS BATE UM CORAÇÃO, QUE AMA, QUE SOFRE, NÃO SOMOS MÁQUINAS. RESPIRAMOS, CHORAMOS, GRITAMOS, VIVEMOS. TALVEZ SEJAMOS A CLASSE MAIS TRABALHADORA DE TODAS. QUEM NÃO CONHECE UM PROFESSOR QUE DÁ AULA EM VÁRIOS LUGARES. Quanto aos nossos líderes políticos? Mal vemos eles em um único posto de trabalho...

6)SOMOS REQUISITADOS PORQUE SOMOS OS MELHORES NO QUE FAZEMOS. E vocês?

7)SIM, NÓS TRABALHAMOS POR AMOR, POR RESPEITO, POR ATITUDE CIDADÃ E HUMANA. E vocês, políticos, pelo o que você trabalham?

Revolução? Vamos revolucionar! Vamos mudar o mundo! Vamos mudar o Cariri! Vamos mudar o Juazeiro! Vamos mudar as escolas! Vamos mudar os políticos! Vamos mudar a nós mesmo! O gigante acordou, o Brasil grita: CHEEEEEEEEGAAAAAA!!!!!!!!!

EU TE DESAFIO CID GOMES!
por Ayanny P. Costa

terça-feira, 18 de junho de 2013

Batidas do Coração 3

Que falem, que digam, que deixem
Que vivam, que morram, que pensem
Que cantem, que dancem, que amem
Que comam, que bebam, que brandem
E eu? Nem-me-importo!

Pra lá que vão, eu cá fico
O pássaro não voa e nem se importa comigo?
Cadê o calango? Que balança a cabeça e nem é meu amigo.
A borboleta bela bate as asas sem mico
E eu? Nem-me-importo!

Assim foi, assado será, desse jeito, dessa forma
Tua fala comigo não orna
Ando sem pressa, sem dia, sem hora
Estou a toa, de boa, vai embora!
E eu? Nem-me-importo!

Ponha um sorriso nessa sua cara
Ponha nesse corpo uma calça
Pode ser até uma saia
Ponha uma vida, uma rima nessa fala
E eu? Já lhe disse: NEM-ME-IMPORTO!

Viva aos livros!


(6) M&L - O livro das Conquistas

06

Devagar, Lillie despiu-se diante de Mandraeke.
Ouvira incontáveis vezes naquele ano como era o ritual para a união de jovens casais e o sabia de cor. Ele ficara estático ao ver o corpo firme e juvenil diante de si. Apenas em seu pescoço Lillie deixara o colar que ela mesma criara para dar àquele que fosse seu companheiro.
-Não me importo com o seu sobrenome – ela indagou confiante – Eu o conheci como Mandraeke e somente isso. Pouco me importa de qual clã você veio, o que me importa é que meu coração me diz que você é o homem certo para mim! Minha mãe sempre me disse que quando o amor vem não tem como negá-lo ou escapar dele – Lillie caminhou até ele e retirou o colar de seu pescoço – É seu como prova de meu amor e de minha fidelidade para com você... Meu coração é seu.
Mandraeke sorri para a menina e retira sua própria roupa também. Ele não possuía um colar ou um anel para dar a ela, mas deu-lhe algo que também lhe era importante. A adaga, já retirada do urso, é entregue a Lillie. Limpa e já em sua bainha, a adaga é segurada com ternura pela menina. Mandraeke coloca o colar em seu próprio pescoço e o observa por alguns segundos. Era belo: um ramo pequenino de árvore coberto do mais límpido ouro e envolvido numa singela corrente de esmeraldas
Naquela noite fria, ambos entregaram-se às sombras de uma imensa árvore. Submersos na escuridão, embebidos pelas fragrâncias do amor, as brisas acariciavam os ventres unidos e as faces desejosas. Os toques apertados indicavam que eles estavam tão juntos quanto céu e mar no horizonte. Amaram-se.
A noite chegara ao seu esplendor e os dois, vestidos e unidos, encaravam-se quase num adeus. Mandraeke tomou a garota pela mão e a levou para sua casa em segurança. A despedida doeu no coração dos amantes. Nas sombras das árvores, Lillie segurava as mãos de seu marido. O olhar de complacência era exibido por Mandraeke, enquanto este dava um último beijo em sua amada. Neste beijo, um pressentimento cobriu Lillie de terror. Algo iria ocorrer e seu amado sofreria por causa disso.
Repentinamente vozes furiosas atraíram a atenção dos jovens.
-Meu pai! – Lillie afligiu-se – Ele descobriu você!
-Alguém deve ter nos vistos e nos denunciado! – Mandraeke agarrou com força sua espada, escondida pelos panos sujos, segurou firmemente o estranho filhote de ave que carregava em seu ombro e tratou de correr entre as tendas montadas próxima do lugar. Os vigias anunciaram que um Aequoreas corria pela cidadela.
Mandraeke ia cada vez mais rápido pelas ruas cheias de lama e de ratos nas redondezas da cidadela. No alto, poderosos grifos da guarda-real sibilavam denunciando a localização de Mandraeke para os soldados. Cavalos pisavam com força nas ruas de pedra, assustando seus mais humildes moradores. Era preciso matar o jovem garoto.
A perseguição durou até os primeiros raios do sol.
Não havia esconderijo, tampouco outros caminhos para fuga. Mandraeke chegou à via principal que levava ao mar. Sua entrada estava bloqueada. O rapaz se viu num beco sem saída. A única direção livre era para um grande abismo que desembocava no mar. Mandraeke correu para lá. Contava com a sorte para escapar.
Na torre do castelo, Lillie estava aos berros pedindo clemência ao seu pai, Grys III, o Pacífico. Aos pés de Grys, a garota implorava para que ele poupasse a vida de Mandraeke sem dizer suas razões verdadeiras. Mas o pai continuava irredutível. Tudo o que Lillie pode fazer foi debruçar-se a janela e vê o garoto correr pela rua principal.
-Cantam as ondas... – Mandraeke começa a cantarolar – O vento assobia e o mar ruge... Nas profundezas o demônio repousa... Que Deus nos ajude... Cantam as ondas – ele procurava outras saídas, mas era em vão – Sonhas comigo, princesa do Nilo... As correntes te trazem o Senhor dos Mares – Mandraeke parou – Cantam as ondas... Quando me ver, te cales. – o horizonte se estendeu perante seus olhos.
O abismo. As ondas arrebentavam sem piedade nas rochas pontiagudas no mar. O vento impiedoso empurrava Mandraeke para o antecipado salto. Atrás de si, as tropas se alinhavam para um ataque mortal. O impasse. Sua estranha ave alçara voo repentino e ganhara os céus. O que fazer? Mandraeke mirou a torre ao longe por instinto. Mesmo sem enxergar, sabia que Lillie lhe observava e sabia que ela rezava para ele escapar. O mar. Era preciso voltar ao mar. Um Viajante sempre volta ao mar.
Fechou os olhos e respirou.

Saltou.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Muito cuidado então...


Mistikais #3

Anilaup
Os anos passavam-se e as meninas cresciam em um meio humano privilegiado e não foram importunadas, não se teve mais notícias de Armagedon ou de seus serviçais bastardos, todas as nações que não eram quase humanas (por causa de Pirozardian) foram extintas quase por completo, alguns sobreviventes da fúria de Armagedon esconderam-se nos locais mais remotos da outra dimensão.
O lugar em que os bebês foram “escondidos” era em Londres uma cidade de um mundo totalmente diferente do que viviam antes, um local que jamais chamaria a atenção de qualquer ser mágico maligno.
As meninas estavam perto de completar cinco anos de idade, Esthela a jovem que havia sido mandada pelos anciões para proteger as mesmas, colocou Lendew em meditação para que liberasse sua mente, enquanto isso foi observar através de uma fenda no tempo o que acontecia com as meninas, ela sabia do que estava prestes a acontecer e não era nada agradável.
A primeira a completar cinco anos de idade foi Anilaup, a menina sempre estava no jardim quando não estava estudando, sua mãe apreciava jardinagem e ensinara a sua filha tudo o que sabia sobre tal ofício.
Aconteceu que Anilaup estava sentada no jardim de sua mãe esperando uma semente de rosa germinar, pois ouvira de sua mãe que depois de plantada era só esperar a rosa nascer, a menina ficou encarando o chão com um sorriso meigo no rosto. Falava para a sementinha não ter vergonha de nascer, que podia sair da terra porque ela estava ali o tempo todo para cuidar da mesma se precisasse, sua mãe a observava de dentro da casa com muito carinho, via que a filha tinha a mesma paixão por plantas.
Mas logo notou que a menina estava ficando com a pele esverdeada, aproximou-se da janela para enxergar melhor o que acontecia, tomou um susto: a menina realmente estava verde. Ela corre para certificar-se que sua filha está bem, ao aproximar-se da menina surpreende-se que ela estava tranqüila, ainda conversando com a semente que a mãe avia plantado.
Só esperava a flor nascer, sua mãe agora nota algo que começa a sair de suas costas algo parecido com asas “Será que ela é um anjo?”, mas essas eram muito frágeis e delicadas.
- Preciso levá-la ao médico para entender o que esta havendo com mina filha, ela só pode está doente. – indagava a mãe de Anilaup preocupada.
- Com licença!!!
Agora um ser estranho aparece, para surpresa da mãe em forma de um primata, deixando-a ainda mais atordoada com tudo aquilo.
- Será que estou sonhando ou estou ficando louca, é só posso estar sonhado, não tem como isso está acontecendo de verdade, agora é só eu fechar os olhos e tudo isso não vai passar de um sonho maluco.
- Senhora abra os olhos, você não está sonhando, tudo isso é real.
A mãe de Anilaup abre os olhos e vê que realmente não estava sonhando, o que a assusta mais ainda.
- Quem é você, o que está acontecendo aqui?! Alguém pode explica o que está acontecendo?!?!
- Se a senhora se acalma talvez eu possa explicar o que esta acontecendo aqui.
- Bem primeiro eu me chamo Esthela, segundo, como você pode ver sua filha é diferente, especial, pra ser mais exata ela é uma fada feiticeira, descendente do sangue real, que foi mandada para esse mundo para ser salva e futuramente salvar a seu povo.
A mãe ainda em choque agora observa sua filha tentando entender o que se passava.
- Então quer dizer que ela não está doente e nem eu estou louca?
- Não, sua filha realmente é especial e você deve se orgulhar disso veja só o que seu poder é capaz de fazer.
A mãe fita sua filha novamente. A menina falava com a semente até que uma pequena muda começou a brotar do chão, subia cada vez mais rápido até transformar-se na rosa mais bela do jardim.
A mãe agora maravilhada com Anilaup a toma no colo e observa junto à filha à rosa tornar-se uma linda e majestosa roseira.
- Só para concluir a explicação, sua filha é um ser mágico, seus pais biológicos eram reis de Wifairyqua, uma floresta encantada onde vivam seres pacíficos e amantes das plantas... Porém uma terrível guerra fez com que os pais dela enviassem-na para este mundo por segurança, a menina que segura nos braços é uma Gestempelte Kinder: uma criança que recebeu um elemento natural, selado no seu próprio corpo!
- Então o que está acontecendo com minha filha é uma espécie de transformação?
-Isso mesmo! Ela está sendo iniciada na própria raça, precisa ser mantida em segredo até a hora certa... Só te deixo um único pedido: quando ela tiver dezesseis anos faça com ela tente a prova para entrar na escola federal daqui! Será de extrema importância que isso aconteça...
- Certo! Eu cumprirei seu pedido.
- Adeus e cuide bem da criança!- Esthela desapareceu na frente da mulher, enquanto Anilaup voava em volta da roseira, lançando brilho sobre as plantas para que sua beleza aumentasse. Isso aconteceu com Anilaup.

Melhores Frases - Irandé Antunes

“Que me paguem pouco, mas que me deixam ter alegria de verdade!”
“O professor é gente, que tem dúvida, que não sabe, mas quer saber. Que não tem certeza e nem deve!”
“Falar não é só falar. [...] Falar é fazer.”
“A gente pensa que a linguagem só tem sentido. A linguagem tem sentido e intenção.
Ex: - Dona Marlúcia, a senhora já acabou de varrer? (Irandé Antunes)
       - Não abra agora não.. (A empregada Marlúcia)”
“ ‘Deus é fiel, já a vizinha do 501...’ Dá para analisar linguisticamente.”
“Ninguém fala sozinho. A gente sempre fala para alguém, porque a língua é essa interação.”
“A escola é um lugar onde a gente escreve par ninguém.”
“Língua para nada não existe.”
“Não é o que ele disse, mas por que ele disse.”
“A língua só se realiza através de textos.”
“Eu já vi professor que é de gramática e na escola tem o de produção textual, e o de gramática não pode se meter com o de produção, e o de produção não pode se meter com o de gramática... É uma esquizofrenia sem tamanho!”
“A norma culta é alguma coisa como aquela roupa de domingo.”
“A linguagem não pode ser imobilizada, da mesma forma que os seres humanos não podem ser imobilizados.”
“Quando o silêncio é de corpo e de alma maltrata a gente.”
“Eu fui professora do gênero que eu combato.”

“A gente tem que reorganizar a mente para a língua não ficar como pão-pão e queijo-queijo.”

                                                         ‘Eu prefiro mais Fortaleza do que Recife?’”
“É errado, aqui no Brasil dizer     ‘Assistir o jogo?’”
                                                         ‘Me faça isso?’”

“A língua não é essa camisa de força.”

“Há vida depois do vestibular.”

terça-feira, 4 de junho de 2013

Contos da Meia-Noite

Conto IV

Era noite e não chovia, se quer havia nuvens no céu. Ainda sim não era uma noite comum. Imagina que eu estava dormindo, quieto e tranquilo, quando escuto uma risada baixa, sussurrante, risada de criança que brinca com alguma coisa. Como eu já tomara o costume, eu enfiava-me debaixo da cama e colocava as cobertas nos espaços entre a cama e o chão. Sei que tenho mais de 30 anos e que já estou velho para esse tipo de atitude, mas pense que durante mais de um mês uma criança de rosto retalhado, brincando com a própria vida, lhe assombrasse todas as noites e que a única maneira de se haver um pouco de paz é se enfiar embaixo da cama, você não se enfiaria?
Minha vida passou a girar em torno dessa criança que nunca vi, mas tenho certeza que seu rosto é sadicamente retalhado. Já encontrei restos de pele em alguns cantos da minha casa, e nesses restos havia linha de costura, além de brinquedos velhos e sujos de sangue. Sou refém na minha casa. Não posso sair e ninguém pode entrar.
Passo o dia em meu quarto, pois é o único lugar em que essa criança não entra e o motivo eu desconheço. Todas as noites eu pensava na mesma coisa: brevemente morrerei, ou de fome ou a criança me matará. A comida estava acabando e estragando. Não sei e nem lembro como tudo isso começou, mas só espero que acabe logo. Viver nessa angústia está me matando lentamente, como um veneno. Estou magro e fraco, mal tenho forças para sair da cama. Ultimamente tenho ficado muito debaixo da cama. O escuro e o frio daquele lugar acalentam a minha dor.
Meus olhos mal enxergam as cores e as luzes mundo, já se acostumaram com as sombras, com minha segurança. Minhas unhas cresceram e se cravaram na madeira das pernas da cama de tanta força que eu aplicava, achando que isso ajudaria a noite passar e dia chegar logo. Já não sei o que são minhas roupas ou meus cabelos. Aqui é o único lugar que fico seguro, que me sinto em paz, que aquela criança não me pegará. Meu corpo já se adaptou a nova posição e sinto dores se não estiver de bruços.
Hoje decidi morar debaixo da cama.
A partir desta noite ficarei lá e de lá jamais sairei, até a minha morte.

********

Uma casa velha fora comprada durante aquela semana. Um casal e uma menina morariam lá. Mas a pequena não conseguiu dormir naquela noite na casa nova.
-Pai – ela sussurrou no ouvido dele – Tem um monstro debaixo da minha cama – o pai a fitou com carinho e puxou-a para seu colo.
Não acreditava nessas histórias.
-Monstros debaixo de camas não existem – foi o que ele disse.
-Mas é um homem magro, feio e cabeludo...
-Durma, meu bem, durma.

por Ayanny P. Costa

Ouvir de várias formas


Mistykais - Livro Uno #2


Os 4 selos
Século IV d.C, ano de 576.
-Mestre!!! Mestre!!! Eles estão aqui!!!
Passos fortes, tambores trovejantes, gritos de horror. Morte...
-Sim... Nós já havíamos previstos isso, meu jovem...
Cinco grandes capuzes em volta de uma fogueira de chamas esbranquiçadas com o centro azul, a criança, o menino, chegara ao momento em que eles estavam reunidos: quatro dos cinco anciões carregavam consigo bebês envoltos de panos simples e acinzentados, o quinto esperava cabisbaixo.
-Vocês precisam sair daqui!!! Eles vão matar vocês!!!
-Não podemos sair, ouvimos sons de tambores próximos, não podemos sair, este é o nosso fenecimento... Nossa sina aqui termina, tal como aqui iniciou... Seu destino está selado, Lendew: um dia irá nos acompanhar nos longos campos Elíseos, por hora tu serás razão para destruição e dor, nada poderá fazer contra a não ser aceitar... Seguirá tais bebês, os conhecerá e num futuro longínquo, mas que se cumprirá, lutará contra a salvação e só assim encontrará a tua...
-Não... Não... Não... Não...
-Tu não poderás escapar... Não chores... Logo estarás conosco!
O menino enxugou os olhos e escondeu-se entre os totens que lá existiam, dentro de si sentia a fúria crescer, não queria ser abandonado, mas seus mestres iriam lhe abandonar, não tinha escolha.
Os seus mestres dariam a vida por bebês que nada fariam, era o que se passava em seu consciente.
As cinco figuras estenderam seus braços para o fogo com as crianças nas mãos, começaram a orar, nos quais só se ouviam sussurros. O fogo cresceu, as crianças brilharam: em cada criança símbolos surgiram e se estenderam tal como o fogo marcando seus corpos por completos, mas elas não choravam, os anciãos as soltaram no fogo e elas flutuaram.
-Que a chama dos séculos, conhecida por curar e guardar o que os homens conhecem como elixir da vida, envolva esses seres... – disse o primeiro.
-Proteja essas crianças e sele nas mesmas a razão de toda a nossa existência, os quatro grandes pilares... – disse o segundo.
-Para que nunca possam ser corrompidos com os desejos mundanos daqueles com almas negras e corpos de trevas... – disse o terceiro.
-E assim depositamos todo o nosso poder e confiança, afim de que um dia elas restaurem o que nunca passou de utopia! – disse o último.
As crianças caíram no fogo e foram consumidas por completas. Mais uma mulher foi levada ao fogo pelo quinto ancião, ela estava desmaiada nos braços dele, o quinto ancião caminhava devagar fazendo orações, o corpo da mulher mudou, adquirindo características de símios, ela vestia uma armadura de amazona e carregava consigo um cajado preso as suas costas.
-Tu serás por alguns tempos aquela que dirão ser o anjo protetor dos pilares, mas serás tu que se voltará contra os pilares e tentará derrubar os mesmos, que tal profecia se cumpra, profecia vista pela sacerdotisa Helen, o olho dos tempos... O fogo lhe servirá de guia até que o mal lhe corrompa...
A mulher flutuou tal como as crianças e logo entrou em chamas, o menino tudo via em silêncio e a sua fúria crescia, ao passo que os sons das batidas dos tambores também aumentavam.
Os anciãos voltaram a ficar em volta do fogo esbranquiçado, sentaram e oraram em voz baixa, batidas fortes soaram das portas, elas se moviam violentamente, porém não abriam, mas não duraram muito tempo, logo elas se renderam aos golpes poderosos dos seres malignos nomeados por Bastardos, que seguiam seu líder Armagedon e que tentavam invadir o local.
Logo cederam e bastardos de todas as raças malignas, que o submundo guardava em seu seio, entraram e os anciãos nada fizeram.
Continuaram a orar em voz baixa.
Todos os anciãos foram mortos e somente o quinto foi deixado vivo, porém ele estava falecendo por causa dos machucados.
-Onde estão os elementos?-uma voz poderosa soou vinda de um longo ser que trajava um capuz negro e usava máscara prateada, sua voz era grave e cortante, todos os seres calaram-se. Lendew observava.
-Você não... Poderá possuí-los... Eles não se encontram mais aqui... – o ancião ofegava.
-O QUÊ?!?!?!-um urro ecoou por todo o salão, todos os bastardos gritaram.
O ancião entrou em chamas e se tornou cinzas, nada sobrara.
A grande sombra voltou-se para Lendew e moveu-se lentamente em sua direção com as mãos cobertas por uma luva metálica que projetava garras apontando para ele, com o intuito de acolhê-lo.
O menino saiu de trás dos totens e segurou a mão daquela grande sombra, e os dois sumiram diante dos monstros deixando para trás uma nuvem de fumaça negra que cobriu todo o salão. Tudo começou a ser destruído, criaturas foram mortas. A guerra fora concretizada.
Nações uniram-se para destruir outras nações. Famílias inteiras foram mortas. Criaturas mágicas esconderam-se nas florestas e deram vida as mesmas, para conseguir proteção, vampiros lutaram contra vampiros: monstros contra sanguessugas, primordiais(vampiros puros) eram aniquilados pelo sangue dos lobisomens, conhecidos como espíritos nórdicos.
Humanos guerreiros contra magos alquimistas, tudo virara um caos.
Sim. Seria o fim.